Estudo recente publicado pela Organização Mundial de Saúde – OMS, estima que 269 bilhões de dólares são perdidos anualmente por conta de problemas de visão. Muitos destes problemas se não tratado podem chegar à cegueira nos trabalhadores. 

A OMS e diversos pesquisadores estão voltando esforços para encontrar meios de produção e distribuição de óculos de baixo custo. Dentre as tecnologias desenvolvidas está a dos óculos auto-ajustáveis, em que os usuários definem o seu foco em menos de um minuto dispensando a necessidade de um oftalmologista, profissional em falta na África e em boa parte da Ásia. Os óculos são aplicados em pelo menos 80% dos erros refratários embora não seja indicado aos casos de astigmatismo. 

Já estão disponíveis no mercado três opções de óculos ajustáveis de baixo custo, um deles foi desenvolvido na Grã-Bretanha e lançado em 1996. As lentes chamadas AdSpecs permitem com que o líquido seja ajustado por meio de um líquido claro injetado nas lentes. O custo por par custa 19 dólares. 

Na Holanda foi desenvolvido um modelo de nome Focusspec que custa apenas 4 dólares o par. Para os criadores o preço ainda irá cair bastante quando passarem a ser produzidos em série. 

Outro modelo também holandês batizado de U-Specs é desenvolvido pela VU University Medical Center em parceria com uma organização do terceiro setor, a D.O.B. Foundation. 

No Brasil o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) realizou estudo que mostrou que 90% das pessoas atingidas pela cegueira no país são de baixa renda, a maioria é pobre correspondendo a 1,1 milhão de cegos. O estudo também demonstra que as duas principais causas de cegueira evitável ou curável na América Latina, em geral, e no Brasil, em particular, são: a catarata e a falta de óculos. 

Outros dados do estudo revelam que a região brasileira que apresenta o maior número de pessoas com catarata é a Nordeste, principalmente por falta de informação e de acesso à medicina e à tecnologia. O glaucoma é encontrado nos estados que têm maior população negra, como a Bahia. 

Para especialistas o ideal é que o Brasil busque informar a população além de desenvolver o seu próprio modelo de óculos de baixo custo, permitindo que o próprio Sistema Único de Saúde, SUS, distribua-o à população.